16/01/2008

1ª Diária: Versão do Diretor - Diária 1

Texto originalmente publicado em 12/11/2007, no blog www.sobrevivendoaojogo.blogspot.com

este domingo, dia 11, foi um dia infernal e mágico. primeiras captações do curta “os batedores”... as adversidades foram “humanas”, as benesses, “naturais”. o tempo se firmou de maneira mágica ao longo do domingo, proporcionando uma luz agradável (até mesmo para os que com ela se queimaram) e fotografia boa para um dia inteiro. as adversidades ficaram por conta da fatídica parada gay que movimentou a redenção e cujos carros alegóricos poluíram nossa captação de áudio. isso desde cedo. de tarde a feira do livro atrapalhou um pouco, devido ao excessivo número de carros e transeuntes na avenida mauá. nada que já não estivesse previsto e ao mesmo tempo, não. a parada estava marcada para começar as 16 horas. a martelante música eletrônica começou a rufar pouco antes das 11 da manhã. Depois de perder os cabelos, ficamos com os truques alternativos. pânico. não sei dos outros, mas da minha parte e da do König... pânico é a melhor palavra. outro fator humano que atrapalhou foi a demora da liberação do primeiro platô. mas é melhor parar de falar nos problemas e ir logo para as soluções.

cena 1. redenção. de cara a Pomba descobre que precisamos autorização para gravar lá e não a temos. porquinhos novatos! como ninguém havia pensado nisso, decidimos encarar o desafio. o desafio era uma espécie de suborno. comprar um capacete para o guarda noturno. 200 contos... mas vamos lá. soriano e benevenga em cena. Primeiro há de se falar no figurino. o Duca, figurinista, e a Juliana, produtora de figurinos, fizeram um trabalho primordioso. Um trabalho tão completo que a primeira vez que vi o Soriano figurinado, um dia antes desta diária, não gostei. mas uma vez em quadro, as roupas lhe cairam como uma luva. eles tiveram um olho clinico do qual eu me furtei. o Soriano comentou que toda vez que virava pro lado e dizia “cadê o sapat...” a Juliana já estava lhe estendendo o item necessário. a Lisi deixou o Benevenga impecável como o James Cagney. rosto de pedra e cabelo de gângster. ele chegou com a voz trabalhada sobre a qual conversamos um dia antes e marcou o gol enquanto o Henrique segurava com força o público que tentava invadir a cena. Tivemos especial problema em fazer aparecer a arma em sua cintura mas finalmente a Gabi encontrou o “ponto de equilíbrio”. vale destacar também a participação do Kid como leitor de banco de praça. sua presença em tela praticamente ofuscou Marco Soriano Jr. - exatamente como o Édnei já havia me adiantado: “o Kid vai roubar o papel do Marco”. só não aconteceu por causa da disparidade de idade...

neste meio tempo foi o almoço. Enquanto o Édnei buscava os elementos da equipe para a pizza, a Bruna, produtora, organizava toda a parada no platô. estávamos atrasados em umas duas horas no cronograma!

o orelhão foi uma incursão de pedaço da equipe, só o necessário. na cena, Raul (Soriano) liga insistentemente para seus cumparsas afim de levantar a grana. aqui, há de se falar no método do marco para a interpretação. temos preparado a personagem há semanas e incorporamos muitas nuances a ele. algumas, inclusive, conflituosas. o marco uma vez no papel aproveita muito bem alguma destas “peças” ou “itens” de ensaio e de outras simplesmente se desfaz para sempre. ao mesmo tempo cria algumas expressões e característica que vão se incorporando na personagem, como uma bola de neve. quando elas surgem, me resumo a dizer “isto é bom, mantém” ou, “menos, menos”... acabou que eu imaginava a cena frenética, mas ela ficará mais frenética ainda. é um prelúdio das desgraceiras que se seguem e realmente ditar o tom certo é um desafio. acho que esta cena em especial deixou a cintia e o marcelo com a pulga atrás da orelha. espero na edição esmagar esta pulga com a salada que pretendo fazer. caso contrário a pulga vai me causar uma coceira desgraçada. mas foi uma cena difícil: muita repetição, muito ruído e muitos PC´s (público curioso).

finalmente o momento que mais divertiu a equipe: ver o Eduardo Ribeiro (o “Tosco”) tentando alcançar o Raul e de quebra, a grana. na cena, mais uma personagem importantíssima: uma pedra cenográfica criada pela Cris e pelo Cainã. o Eduardo se saiu muito bem na sua missão que era ser um cara que faria o Soriano mandar sebo nas canelas. ameaçador, louco, bruto, tosco. e a pedra não o atingia! Resultado de muito vento e a má pontaria do Soriano! Fizemos alguns bons takes e colocamos o nosso “Lucky Man” a trabalhar, o artista do gore, Ghiorzi. trouxe de casa cicatrizes manufaturadas para o Tosco e lhe causou mais o dano da pedrada. demais. tudo devidamente registrado pela Fernanda para dar continuidade a cena quando o Tosco invadir o banheiro! Muita correria e um diretor de fotografia com ritmo de velocista: Márcio Cardoso, operando a câmera é o “steady man”, ou quando a câmera sobe em sua mão, o Homem Grua!

agora é esperar semana que vem, quando um dos momentos mais aguardados se concretiza: França/Marcião. e morrer de curiosidade acerca dos stills feitos pela Julia, que mostrarão coisas que não tive oportunidade de presenciar!

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